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Brinquedo de Miriti é patrimônio cultural do Pará

Em junho de 2010, a então governadora Ana Júlia Carepa sancionou, a lei 7.433/2010, que classifica como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Pará, o Brinquedo de Miriti. Esta lei é de autoria do ex-deputado Carlos Martins (PT) e segue uma política de proteção e valorização da cultura paraense, iniciada no mandato do então parlamentar através das leis já sancionadas pela ex-governadora que tornaram a Cerâmica Tapajônica, as Cuias Pintadas de Santarém, a obra musical e literária do Maestro Wilson Fonseca e o pássaro junino patrimônios culturais do Estado. O artesanato em Miriti movimenta a economia do município de Abaetetuba. Considerado símbolo tradicional da festa do círio de Nazaré.

Os Brinquedos de Miriti são feitos de uma fibra leve da palmeira também conhecida como Buriti e chamada de isopor da Amazônia. De acordo com os artesãos, são fabricados há 200 anos no Pará. Estes verdadeiros artistas esculpem e montam peças segundo suas referências pessoais. Alguns se especializam na confecção de barcos, outros em bonecos, animais, transportes e outras formas, que ganham cores e movimentos através da criatividade de cada artista. A escolha das figuras que serão criadas por eles faz parte da crônica individual de cada autor ou família de autores.

Durante a festa de Nazaré, em Belém, estes brinquedos são procurados por pessoas de todos os lugares do país e até mesmo do exterior. Tendo em vista esse mercado a organização da festa incluiu em sua programação a Feira de Miriti, que este ano chegou à nona edição com brinquedos, acessórios, artigos de decoração e artesanato, tudo em miriti. Este ano cerca de 50 mil peças dos artesãos da Associação dos Artesãos de Miriti de Abaetetuba (Asamab) estiveram expostas à venda. A compra já faz parte da tradição da quadra nazarena na vida de muitas pessoas.

“A beleza e a importância cultural e histórica destes brinquedos fazem com que estes objetos mereçam ser reconhecidos como patrimônio cultural do Estado. Acredito que desta forma vamos valorizar o que é nosso, preservando um artesanato que é a cara do Pará”, destacou o então deputado Carlos Martins.


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